TEXTO PARA AULA
DE DIFERENTES DESIGUALDES SOCIAIS - 3º ANOS.
Gilberto
Costa
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Lisboa –
A receita de corte de gastos do Estado, de investimentos e despesas sociais,
pode aumentar a desigualdade entre ricos e pobres na Europa. O alerta é da
organização não governamental (ONG) Oxfam, que tem escritório em diversos
países, inclusive no Brasil.
A ONG divulga hoje
(12) estudo que
mostra os riscos sociais causados por políticas de austeridade econômica em
implementação em diversos países europeus após a crise financeira internacional
(2008).
Segundo
a Oxfan, o número de pessoas pobres na União Europeia (UE) pode chegar a até
145 milhões em 2025. Nos cálculos da organização, em 2011 o número de pessoas
pobres já somava 120 milhões nos 27 países da UE (antes do ingresso da Croácia
nesse ano), total equivalente à população brasileira em quatro regiões (Norte,
Nordeste, Sul e Centro-Oeste).
Para a
ONG, as políticas de ajustamento em países como Portugal, a Grécia, Irlanda, o
Chipre (sob intervenção de credores externos) e a Espanha (com grande número de
desempregados) podem agravar o empobrecimento e gerar situações semelhantes ao
que ocorreu com o Brasil e outros países do terceiro mundo nas décadas de 1980
e 1990.
“Os países
dessas zonas [América Latina, África Subsaariana e o Leste Asiático] receberam
resgates financeiros do FMI [Fundo Monetário Internacional] e do Banco Mundial
e tiveram que adotar uma série de medidas que incluíam corte de gasto público,
nacionalização de dívida privada, redução de salários e um modelo de gestão da
dívida [pública] que dá prioridade ao pagamento aos bancos comerciais acima das
medidas de recuperação social e econômica”, diz o estudo. O texto destaca que
os planos de ajuste econômico do passado “foram um fracasso: um tratamento que
pretendia curar a enfermidade matando o paciente”.
Desigualdade econômica (chamada imprecisamente de desigualdade social , que ela acaba por provocar) é um
problema que afeta atualmente a maioria dos países, mas principalmente os
países menos desenvolvidos. Isso se dá principalmente pela distribuição desigual de renda de um país, mas também existem outros
fatores, como a má formação educacional e o investimento ineficiente de um país
em áreas sociais.
Conforme alguns estudiosos, a
desigualdade ficou mais evidente a partir do capitalismo, pois a
transição do feudalismo para o capitalismo no século XVI expulsou muitos camponeses de suas terras, que ofereciam os
meios para sustentar sua família e por isso, precisaram de ajuda e caridade
alheia.
Por desigualdade política entendo a desigualdade no acesso ao poder e a
desigualdade na sujeição ao poder.Verifica-se uma desigualdade no acesso ao
poder quando para certas pessoas é mais fácil - por razões de etnia, fortuna,
sexo, religião ou outras - exercer funções de soberania ou ser ouvidas por quem
as exerce.Verifica-se uma desigualdade na sujeição ao poder quando para certas
pessoas é mais fácil do que para as restantes ficarem impunes pelo mal causado
a terceiros ou obterem a punição de terceiros pelo mal de que foram vítimas.Se
só houvesse desigualdades econômicas, por maiores que fossem, e não houvesse
desigualdades políticas a funcionar em sinergia com aquelas, não teria
cabimento falar em classes sociais. Mas isto é uma pura condição abstrata que
não se pode verificar na realidade.
Rousseau acreditava que existiam dois tipos de desigualdade: a primeira, a
desigualdade física ou natural, que é estabelecida pela força física, pela
idade, saúde e até mesmo a qualidade do espírito; e a segunda, moral e
política, que dependia de uma espécie de convenção e que era autorizada e
consentida pela maioria dos homens.
No livro Discurso sobre a
origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, ele se preocupa em
mostrar a desigualdade moral e política, pois, para ele, é desnecessário se
preocupar com a origem da desigualdade natural e física, pois a resposta é
essa: é natural, e o que vem da natureza já está justificado. Também fala que a desigualdade
não pode ser estudada tendo como ponto de partida o momento então da
humanidade. Também diz que para estudar a desigualdade moral e política,
deve-se "ir até a essência do homem para julgar a sua condição atual"
e deve-se fazer, sem atribuir ao homem primitivo, atributos do homem
civilizado.Sem esse cuidado, a busca pela origem da desigualdade estaria
distorcida.
Liberais
Os liberais acreditam que a
desigualdade econômica é principalmente resultado de pouca liberdade econômica . Alguns
defendem que a desigualdade em si não é o problema, e sim a existência da
miséria. É preferido um país com maior desigualdade entre as classes sociais
mas com baixíssima miséria, do que um país menos desigual com alto índice de
miseráveis. A desigualdade econômica é um fato natural do mercado e das diferenças
entre as pessoas e o curso de suas vidas. Sendo, para os liberais, a igualdade
absoluta uma utopia, algo impraticável e até mesmo indesejável.
Ludwig von Mises, economista defensor
do livre mercado, alega que o egoísmo e a desigualdade levam ao desenvolvimento.
Conforme ele, essa desigualdade foi de enorme importância na História e por
causa dessa desigualdade que foi produzida a denominada "civilização
ocidental moderna", que só poderia existir em um lugar onde o ideal de
igualdade de renda fosse muito fraco. A eliminação da desigualdade, para Mises,
destruiria qualquer economia de mercado.6
Marxistas
Karl Marx acreditava que a miséria é utilizada como um instrumento pelas
classes dominantes. Acreditava também que a desigualdade é causada pela divisão
de classes, dentre aqueles que tem os meios de produção, chamados de burgueses, e aqueles que contam
apenas com sua força de trabalho para garantir sua sobrevivência, chamados de proletários .
Marxistas alegam que a desigualdade social é inevitavelmente
produzida pelo capitalismo e não poderá ser alterada sem uma modificação no sistema
capitalista. Alegam que os burgueses têm interesse em manter a desigualdade
econômica, além de ser muito útil para que os assalariados possam se esforçar
cada vez mais, principalmente em países desenvolvidos, fazendo com que
trabalhem em um trabalho mais desagradável e pesado, para que possam alcançar
um nível de consumo parecido com as classes altas, o que para os marxistas, é
uma ilusão.
Conforme Karl Marx, o socialismo seria uma
forma de fazer uma luta contra as desigualdades. Acreditava que o socialismo
apenas estaria em um país por meio de uma revolução proletária e que seria a fase de transição do capitalismo para o comunismo8 , onde o comunismo que seria uma sociedade sem classes sociais em que as riquezas seriam divididas ao povo e que todos iriam
contribuir com a sua força de trabalho.9
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